(acima) litogravura em matriz de offset impressa em papel jornal, desenho com pastel seco e gouache, colagem sobre papel oriental.
2020 37.5 x 48 cm |
Todo paraíso não é amor - série montanhas
2020 - 2021 Técnica mista, gravura em metal, litogravura, pastel seco, pastel oleoso, gouache e colagem sobre papel dimensão variada Uma das características do meu processo de criação é que, com certa frequência, ele envolve deslocamentos, viagens de pesquisa e participação em residências artísticas. Com a pandemia do covid, sabemos, os fluxos se viram suspensos. O atelier se torna um refúgio para além de espaço do trabalho habitual e nele resgato o tempo lento da produção de gravuras e desenhos. Nessa série de trabalhos em papel, a gravura aparece em pedaços, em recortes que se somam aos desenhos e transparecem os acúmulos de texturas e sobreposições de formas. Conformam picos, fendas, cordilheiras sólidas e volumosas; alturas que não duvidam da pequenez humana. tem algo sobre as montanhas que está para além da sua Natureza é como se suas fendas servissem como metáfora para os precipícios humanos a ascensão ao pico é tarefa árdua do espírito que pretende unir-se ao cosmos(1) e o vislumbre do ponto mais alto do cume, onde o ar chega com força, é fagulha de esperança 1 em um workshop, Marcelo Greco apresentou-me o texto Picos e Vales de James Hillman. A percepção do pico como lugar onde a vida se esvai e o espírito alcança a transcendentalidade foi tirado desse texto. 2 o título 'todo paraíso não é amor' faz referência a uma poesia de André Breton, Tout paradis n'est pas perdu (1923). |